Menu

5 de abr. de 2012

Reca-idas e reca-voltas.



A culpa permanece sendo minha, que não consigo me manter longe. Que inevitavelmente obedeço a esses teus chamados noturnos e me rendo a qualquer espaço que você dê que me dê a entender que o teu desejo sou eu, ainda eu, na porta da sua casa, de novo. De novo e de novo. Depois de tantas vezes bater a porta, estou encarecidamente, batendo na porta, mais uma vez. Eu não me canso de voltar.
Não era só sexo, era outra coisa. Eu queria encaixar os corpos, mas principalmente os corações. Só que também não era amor, embora tantas vezes acreditei que passasse disso. E quem é que não acharia? Esse programa de humor onde os dois integrantes faziam todos os outros ao redor, rirem. Desacreditarem de qualquer afirmação do tipo: "Voltar com ele? Eu? Nunca mais." Riam mesmo, por conhecerem a essas frases e esses surtos há mais ou menos quatro anos.
Quatro anos no mesmo lugar, e me movendo ou saindo dele por pouquíssimo tempo. Sempre voltando.
Como fiz agora. Como fiz ontem. Como provavelmente vou fazer nos próximos 4 anos, se depender da nossa falta de senso, da nossa falta de amor próprio. Essa que conjugamos juntos por recairmos a cada vez que estamos perto. E aí você mata, de pouquinho em pouquinho, qualquer esperança de que dessa vez seja para sempre. A partir do momento em que desobedece, descumpre, tudo aquilo que prometeu minutos após eu abrir a porta. Me abrir, abrir a minha vida que te reconhece mesmo de longe. 
Resolvo. Vou seguir em frente, abandonar essa saudade. Não me impressionar com qualquer ato seu de arrependimento, e dessa vez, ignorar qualquer outra chance de sermos nós, que me apareça. Mas é inegável a maneira como me torno fraca em tua frente. Vejo a imagem que criei em tua distância, desmoronar. E me entrego. Como fiz pela primeira vez. Lá vou eu, ciente que não vai dar certo. Prometendo para mim mesma que essa será a ultima vez. Ultima eu sei, das tantas que estão por vir.
Me pergunto até quando seremos aos olhos da face da terra, esse casal iô-iô que servem de mal exemplos para pessoas decididas, que são julgados de olhos abertos, por quem abomina esse tipo de atitude. Ou a falta dela. E eu não iria a essa altura do campeonato, procurar sarna para me coçar, iria? Iria! É claro que eu iria. Porque mesmo ligeiramente sorrindo, concluo que ficar sem você é uma merda. E volto. De novo, mais uma vez. E com você não é diferente. Me liga enquanto pode e não me nega se puder. E te deixando há quatro anos sem sono. Por te conhecer exatamente da cabeça aos pés. E mesmo assim, te mostrando esse meu jeito peculiar de querer aprender mais. Só os meus vizinhos sabem, reconhecem e assistem ao fato que enquanto me desapego de você, você volta de mala e tudo para essa minha vida em que você é o hospede principal. 
Não adianta. A magoa não se põe dentro dos bolsos e nem se varre para debaixo do tapete. Nota-se que venho colocando tantos pontos finais, que coleciono uma porção de reticências. 
Indiretamente admitindo: Não consigo ficar longe. É como um imã que nos atrai sempre que a saudade bate. E quem bate é você, na minha porta de novo. E o ciclo se refaz. Quatro anos, por trezentas e quarenta e duas vezes, observando e admirando o fato de te encontrar a cada desencontro. 
Dessa vez vou seguir em frente, abandonar essa saudade. E me tornar forte ao afirmar que não importa quanto tempo passe, o que somos não pode nos tornar um do outro. Não por mais de duas semanas. Não para sempre. E persistimos, pelo menos, em vão, mas pelo menos. Se é pra esquecer, vamos esquecer direito. Sem musicas para relembrar, sem recordações para recordar. E me aproximando repentinamente, cansando a todos os telespectadores do nosso filme repetitivo, peço para que saia. Saia antes que eu peça para que fique, antes que me dê motivos para ficar. Antes que quem queira ficar seja eu. Saí! Saí para que coisas novas se acheguem, se aconcheguem no colo em que você deitou tantas vezes. No colo do qual você largou tantas vezes. E desvairada por perguntas absurdas sobre esse caso que me consome, concluo que reatar existe porque: Quando a gente gosta, é claro que a gente volta. 

2 comentários:

  1. É exatamente assim "A magoa não se põe dentro dos bolsos e nem se varre para debaixo do tapete"

    bjs flor

    ResponderExcluir
  2. e conta toda a minha história *-* parabéns .

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...