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11 de jun. de 2011

Mulher a moda antiga.

Criada debaixo da saia da mãe; fui. Educada para ser grata, para pedir licença, para dizer obrigada. Para ser coberta a noite ao sentir frio, sem pedir. Para receber os melhores presentes, fora do aniversário. Para ser idolatrada até não querer mais e acordar com flores da cabeceira da cama, espanto, quase derrubando o café da manhã que me aguarda sobre a minha cintura, tão bem feito. Nasci para caminhar de mãos dadas, antes de qualquer aproximação maior da carne. Feita para esperar o amor bater a porta com frio, molhado da chuva, pedindo um canto do meu coração pra se aquecer. Feita para ser convidada para jantar, para ser levada em casa. Para ser guardada, para obedecer ordens da igreja, dos meus pais, do meu coração. Tão antiquada que me sinto em pleno século XX ao perceber que todas ao meu redor, procuram valores diferentes. Sou mais, sou menos? Nem eu sei. Que sou tudo que elas jamais ousariam ser. Que a minha vida se encaixa perfeitamente no enredo da rádio-novela que acabou de começar, que me apaixono pela voz do locutor e durmo ouvindo a voz dele. Que respeito os meus limites, e não sou dona do nariz, olhos e boca e vida. Sou dona de alguma coisa? Sou dona dos meus cd's, dos meus ouvidos, eu sou. Que acordo ouvindo Silhoutte do Kenny G e não ligo, de pensarem que sou a pessoa mais brega do mundo. Que espero casamento acompanhado dessa musica, mas antes, espero namoro de sofá, em casa.
A minha infância adormecida em meus pensamentos se impõe, estou na época errada? O mundo tão desenvolvido e eu me sentindo tão pequena nele, vim dele? Nasci para viver nele? Não encontro quase ninguém que tenha a mesma linha de pensamentos. Que vejo mulheres se ridicularizando para chamarem atenção de homens, que na ultima das hipóteses vão desejar chamá-las de: "Minha!". Finjo que não ligo, para não parecer tão fora de moda assim, afinal a tendência é não se importar, mas não sei como se faz. Não sei como agir em um mundo tão 2011 que me dá medo. O que eu estou fazendo no meio de tanta gente procurando por tudo, menos por amor? Menos por fidelidade e sinceridade. Que não me contento em ser qualquer coisa e sou julgada por isso. Que meu fim será em cadeira de balanço -que eu já tenho- envolvida por mil tricô's mal terminados, assim como tudo que me envolve também. Estou errada? As poucas amigas que tenho aproveitam tanto a vida da maneira que acham certo, que me canso por elas. Os poucos homens que me apaixonei queriam uma única coisa de mim, na certa, a unica que eu não era disponível a ceder. E só fizeram eu reagir a um tipo de sentimento: A esperança e espera do próximo. O que faço aqui, no meio de tanta gente que só gostam do calor e ignoram o frio? Que não comemoram os meses de namoro e não ligam no fim da noite? Eu não sei o que faço aqui, mas há anos procura a saída de emergência. Se não for para ser essencial aqui, eu não quero. Se não for para ser a melhor, eu não serei nada.

9 comentários:

  1. Sempre descrevendo meus sentimentos!!
    Adorooooo]!
    @nisa_almeida

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  2. Simplismente adorei o nome do blog! :~
    Gostei de todo resto também e estou seguindo.
    Se puder passa no meu e segue também?

    http://amar-go.blogspot.com/

    Desde já agradeço, bjs.

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  3. Ai, você me descreveu tanto nesse texto. Awn, que lindo, que linda você!

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  4. peeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeerfeito, omg

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  5. Livia Gonçalves Ferreira26 de junho de 2015 às 16:47

    Lindoo. Faço das suas as minhas palavras, sempre penso que nasci na época errada. Queria ser do tempo em que se dava valor em coisas que realmente interessam, que amizades duravam a vida toda, que o maior desejo de um casal de namorados era ter respeito um ao outro.
    Infelizmente cheguei atrasada. :(

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  6. Oi!!! Ah, esse texto... Senti como se fosse uma amiga conversando comigo, ou parecia eu mesma o dizendo... Só o descobri aninhos mais tarde, mas tudo continua a mesma coisa (ou continua diferente).
    Num mundo tão moderno, onde tu está tão fácil de alcançar, infelizmente com os relacionamentos não é diferente... Mas minha cabeça permanece no século XVIII, hahaha. A conquista, o respeito... Isso devia durar e ser pré-requisisto para algo que muitos pensam que já morreu: o romance. E eu confesso, sou sim à moda antiga e me orgulho disso. Parabéns pelo blog! Amei sua postagem e faço minhas suas palavras. :) P.S. Não desista, nem desanima.

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