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20 de set. de 2011

Sem sorte.


O meu trevo possui apenas três folhas; descuido meu. Receio usar a palavra azar como definição, então arrisco dizer que foi falta de sorte. Secou, molhou ou foi arrancada... acabou. Assim, antes mesmo de começar! Mais uma vez, sem sorte afinal. Quanto ao amor e ao jogo, ambos me fazem de boba, mas estendo  a esperança de que um dia vai dar certo. Sem sorte, porém rodeada de crenças. Acredito... com o tempo as coisas vão vindo, aos poucos, de leve. E quando me pedem para mencionar as coisas que conquistei, disfarço com assuntos relacionados, e questiono qualquer um: Que mulher nunca jogou tudo para o alto só pra ver se não caia em seu colo como da primeira vez?
Sem sorte, porém cheia de fugas. Afinal, o que é que conquistei além de diversas perguntas em minha cabeça e esperas angustiantes?
Onde é que se encontra o pé de coelho que pendurei no chaveiro logo pela manhã? Com a intenção de que houvesse sorte em qualquer um desses símbolos em alguma parte de minha vida, ele some. Assim como as minhas esperanças de um dia as coisas vinguem. Somem! Sem sorte além de desacreditada. Passei roupas que misteriosamente apareceram amassadas assim como todas as folhas de versos que tentei compor antes da caneta começar a falhar e eu soltar um: Que sorte! - tão grande ao ponto de não perceber o quanto eu estava sendo irônica comigo mesma. Sem sorte, porém ironizando tudo o que vem pela frente. É o ingresso que se esgota bem na minha vez, que me prova o quanto a vida ri de mim, sagazmente todas as vezes que a gente se encontra. Eu que me encontro aqui por falta de opção, falta de compaixão, falta de sorte. Mas estou aqui, firme e forte. Sem sorte, porém forte. Porque de tanto não ter, passei a acreditar que ela não existe... não pra mim, que não saio do pé dela. Não pra mim que corro feito doida como num pega-pega e ela se esconde, ambas parecendo crianças. Sem sorte, porém fielmente criança.
É a energia que acaba bem na hora que estou no banho e consequentemente todas as minhas expectativas de um vitorioso encontro amoroso, descem pelo ralo. Sem sorte e também, sem roupa e sem água para enchaguar o cabelo. Talvez tudo isso não me irritasse tanto se a sorte não se afastasse tanto do romance tão ausente em minha vida, sem sorte, sem sorte e sem sorte. Encerro mais uma vez, esperando... esperando, que ela caia do céu e com um pinguinho de maldade sugiro que ela se machuque só para pagar os tempos que zombou e me fez esperar. Sem sorte, porém vingativa também.

3 comentários:

  1. nossa, adorei!! muito bom. mais que bom, ótimo, como sempre.

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  2. Obrigar por escrever nossos sentimentos (sim, me identifico tanto que tomei a liberdade de usar o termo 'nosso').
    Sou sua fã!
    @giovannaclg

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  3. Nossa até chorei com esse. Pode ter certeza que ele foi feito pra mim ! descreve muito bem tudo que estou passando ..

    =/

    @italaraquel

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