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4 de jan. de 2012

Não liga no dia seguinte.


Não mais. Tá na fase. A adolescência tem mesmo um pouco disso: Quebrar a cara e depois aparecer com outra mais forte por aí. Se reencontrou com ele ontem, sabe. Meses depois de um suposto pé na bunda do qual não se esqueceu. E como esquecer? Ele usou das palavras mais carinhosas para afirmar o que ela, desde o principio já sabia: Sempre gostou mais de suas curvas do que de seu sorriso, e olha que até pro clareamento ela apelou. Para deixar de ter uma risadinha de menina, e sorrir como mulher. Quanto as curvas, se fizeram sozinhas. Abriu mão. Evitou comer as tentações da vó e seja o que Deus quiser.
E quanto a ele, é claro que como bom galanteador que é, afirmou que ligaria de volta caso o arrependimento batesse, e a suposta saudade dos longos cabelos sedosos que de tão fininhos, raramente não padecia em suas mãos, aparecesse. Ela? Ela não disse nada quanto a isso, deixou em aberto, mas seu olhar de: "Me ligue quando quiser que irei correndo" foi o bastante para que ele tivesse certeza.
Foi o que aconteceu ontem, meses após um pé na bunda ela aparentemente continuava a mesma. Nem a foto do perfil de suas redes sociais fora alterada e as curvas, aparentemente, ainda estavam ali... Intactas. Alma calculista: Quem diria? Ela, se quer teve tempo de planejar alguma vingança do tanto que foi quebrando a cara por aí. Vingança daquelas do tipo: "Ele vai ver o que perdeu." Resolveu ocupar seu tempo buscando paixões em qualquer individuo que lhe aparecesse no caminho de volta para casa. Depois dele, surgiram vários. E parece que quanto mais a vida deixa, mais a gente relaxa e deixa pra aprender depois... Aprender o que? Não é? Quando ela não tiver mais cara pra quebrar, a gente vê isso aí! Ela atendera na primeira chamada, sem mais mistérios ou esperas para aquilo que estava esperando por meses. Convidou; aceitou. E foram. Aparentemente tudo normal, dois goles de um drinque qualquer e pronto - as bocas estavam uma sobre a outra, e toda aquela espera para que ele voltasse atrás de sua decisão, teve um fim alí. Enquanto na cabeça dele, a unica resposta por ele estar ali era o numero dela ser um dos primeiros da agenda. Sua primeira letra, uma das primeiras do alfabeto, e todas aquelas de letra A, eram de encontros muito recentes. Optou por ela. Sorte? Desconfio que sorte mesmo tinha ele, que mal se dava conta do que tinha em suas mãos. Ela, que apesar de não ser o sonho de todo homem, apareceu no cochilo de muitos. Estava aprendendo a agir como mulher... decretando fim a noites vazias ou, até quem sabe, cheias... de crises existências da qual se perdeu por noites. Quem sabe tais estejam agora, servindo para alguma coisa.


Como eu posso explicar? Sabe, ele nunca foi de reparar, mas os olhos dela brilhavam mais que os próprios brincos. E as mãos já nem soavam tanto. Incrível, qualquer um no lugar dele já teria reparado no que tantas vezes, se jogou em seus braços. Ela que ontem, como em um passe de mágica tomou sua atenção. Sem esforço para fazer com que ela fosse dele, até achou normal. Foi deles tantas outras vezes que me perdi ao tentar relembrar.
Dessa vez quem estava perdida era ela, que mal o encarava nos olhos o fazendo querer busca-los cada vez mais perto. Era outra. Era mais mulher, era mais do mundo e era menos dele. Dessa vez era ele quem segurava suas mãos com tamanha força, para que ela não resolvesse por vingança e por assistir seu estado de êxtase e fraqueza, ir embora. Não foi, mas também não ficou. Não como das outras vezes, não como ele dessa vez, gostaria. O que que há, hein? Ele que chegou aqui na intenção de oferecer qualquer coisa, que ela aceitasse por ser tão iludida, e ontem foi único que saíu deste quarto iludido. Uma noite que seria só mais uma entre tantas noites se tornou A noite, por ser ela a comandante...


E sabe... Eu acho mesmo que eu tinha que passar por isso. Tinha que me entregar pra ele pela ultima vez como forma de avisar ao meu coração que quem estava no comando, pelo menos uma vez, era eu. Eu estive, e ele permaneceu inferior a mim em todos os sentidos, me olhando e me querendo só pelo simples fato de alguma forma, sentir que seria a ultima vez. Eu sempre estive muito pra ele, o tempo todo. Fiz tudo errado, não fiz charme e nem fui difícil. E sabe... Eu acho mesmo que fui só mais uma e pela primeira vez não me incomodo com esse fato. Não me incomodo por ter feito de ontem, uma noite tão pra ele... Mas do contrário, tão por mim! Acordei pela manhã com ligações estalando e perturbando o meu sono. Não atendi, não quis atender. Enquanto relembrei das vezes em que apresentei diversas das minhas lágrimas ao meu travesseiro, por não ter cedido a convites como os de ontem. Era ele, eu sei que era, sei que era porque posso sentir o que levou ele a saber, finalmente, que eu era mais do que um "perder uma horinha". Estranhou, né? Não liguei pela manhã e não pedi para que ficasse mais tempo deitado comigo na cama ontem. Pelo contrário, foi eu quem fui embora primeiro. Deixei um ar de nunca mais que te desesperou. Bem ontem né?! Ontem eu estava diferente, aliás eu sempre fui diferente, só ele que não viu. Talvez ele estivesse mesmo acostumado com mulheres iguais e não soube o que fazer. Eu não jurei por nada, só declarei a mim mesma: Não haverá mais dias seguintes pós você. E nem ligações que te acordem, assim como permanece fazendo agora comigo. Não mais! Eu tô na fase, né?

5 comentários:

  1. Mais uma perfeição sua, me vi do começo ao fim do texto, incrível!

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  2. U-al!!!
    Texto incrível... Li/vi como se fosse um filme. Perfeito!!

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  3. Nem preciso dizer que o texto é lindo, né?
    Conheci o blog agora e já entrou para a lista dos melhores de 2012, rs.

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  4. Mais que perfeito cada coisa que aqui esta, seguindo com muito carinho. coloquei seu blog na minha lista de sonhadores.
    Deus abençoe
    Se puder conhecer meu cantinho:
    http://asoonhadora.blogspot.com/

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