Es(ex)-cape.

Ainda que eu me faça de louca, certas pessoas nunca irão passar desapercebidas. Seria como levar um pisão fingindo não sentir dor. Eu ainda sinto dor. Certas pessoas ainda doem em mim. Ainda que eu finja me importar mais com as minhas unhas do que com minhas lutas, essa capa ainda me pesa. 

Era difícil me despedir de corpo e alma sem dar uma bisbilhotada pós o adeus, mas é necessário. Não é que eu esteja abandonando o barco em meio a navegação, eu não sou de abandonar nada, tirando os livros que começo e não termino. Eu só falhei. Quis me vingar e falhei, e cedi. Achei que seria diferente e sim, falhei. Não adianta... Eu não aprendo. Mas tudo bem, quem nunca falhou? Eu posso me comparar com a ex de algum ex, posso me sentir mais mulher do que tantas mulheres que não souberam pedir ganhar do orgulho, posso até pensar em voltar atrás mais para frente. Ainda que não me aceitem de volta. Eu gentilmente, sei pedir para voltar. Modéstia parte, ainda que eu não seja a mesma irresistível de antes, ainda sou eu. Ainda sou a mesma normal que se faz de louca. Que acha que por escrever, cala todos os gritos. Que de tão intensa explode por dentro, mas não nego o quão os toques e olhares ainda mexem comigo. Ainda que eu seja uma louca, ou meio louca, nunca serei tão autossuficiente ao ponto de não sentir nada. Certas pessoas nunca irão passar por mim desapercebidas.