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15 de fev. de 2012

E então, solidão.


E o que enfatiza esses entre-laços, é fato de ter que usar a razão para o que aparentemente me roubou o chão. Eu tenho pensado mais nele. E isso me cheira a saudade, talvez. Ou não, talvez seja confronto comigo mesma. Briguinha besta de cabeça e coração. E eu que de relance, não tenho muito a ver com isso acabo por sofrer esse desgaste. 
Mentiu. Usou disso que chama de liberdade como desculpa para apagar esses 5 meses que haviam sido o numero impar mais par da minha vida.
Acordei cedo. Os barulhos das reformas do apartamento ao lado, além de me acordarem, me entristecem. Ouço que a pia vem sendo reformada, os armários renovados, os móveis mudam de lugar, e invejo. Invejo friamente a essa reforma porque aqui, dentro de mim, tudo permanece igual. Nada se renova e nem saí do lugar, não se mexe. Não muda, eu não mudo, isso não muda. 
Havia passado recentemente por situação parecida. Esqueci, foi rápido. Nunca achei que um sofrimento fosse eterno, até conhecer o atual. Eu não tenho feito nada além assistir a essa guerra que a cabeça insiste em manter com o coração. Na verdade, ele é o teimoso da história. 
Mas aí eu deixei de acordar só para abrir os olhos numa manhã mais preguiçosa do que eu e passei a acordar para ver o que eu não queria estar vendo. Parei. Parei de verdade. 
Parei de querer entender, aliás, isso deveria ter acontecido a partir do momento em que você cansou de me explicar. Talvez eu esteja lendo muitos livros de romances e boa parte de Shakespeare venha tomando contando do meu Eu. Eu não priorizo mais nada, nem vem ao caso tentar te convencer. Te Re-convencer. Você não vem ao caso. E nem essa minha capacidade monstruosa de te lembrar tanto, tão nitidamente em meus braços. E do contrário, não te obrigo a nada e peço para que não se sinta obrigado a ficar, só se lembre do quanto lutou para que eu viesse. E eu vim. Mais de uma vez. 
Mas cansei, dessa vez além da conta. Cansei de um jeito fúnebre, de se atirar e cair no chão. Mas em vão, não desisti por completo. Estou caindo. Estou sozinha, eu e meu inabalável tédio que não finda. Não dorme, não quebra, não evapora. Incrivelmente as coisas acontecem da forma que tem de ser e eu não julgo nenhuma força maior que esteja por trás desse caso. Eu só quero agora um bom motivo para ficar a frente dele. Mas surge levemente uma voz rouca do infinito e além, me sugerindo mais uma vez...
Esquece, porque ventania nunca derrubou coisas sólidas e se hoje você vê pelos ares, é porque era leve demais.
Era leve, tão leve, leve como uma pena. Uma página de um livro imenso da qual eu não consigo virar... Mas é tão leve. Um livro do qual escrevemos juntos, ou talvez eu tenha até escrito sozinha. Que coisa, ainda estou escrevendo... E na verdade, com o intuito de apagar. Não há forças, não há pessoas, não há amigos. Não há nada. Há um sentimento: Uma saudade.
E que essa saudade seja meu ponto de partida, hoje eu só quero uma história bem vivida. 

4 comentários:

  1. Quem nunca se sentiu ou se sente assim um dia na vida né? Me sinto completamente assim nesses últimos dias. Tenho tentado não levar isso à diante mas a saudade tem sido maior, e me faz lembrar ainda mais os nossos melhores momentos e até as nossas brigas.

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    Respostas
    1. As lembranças são inevitáveis quando não somos comandantes de nossos pensamentos. Mas prefiro acreditar que o que é nosso, volta.

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