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28 de mai. de 2012

Um brinde a nós, vadias.



Pra quem ainda não conhece, ou não se aprofundou no assunto, vim na tentativa de explicar um pouco sobre esse protesto que vem acontecendo em grandes partes do Brasil: A marcha das vadias.
Imaginamos nesse exato momento em nossas humanas cabecinhas machistas - mesmo quando somos mulheres - diversas vadias andando por ai com seios a mostra na busca de questionar a imagem que vestem em nós. Imaginamos certo, tá vendo? É quase isso. Para prosseguirmos nessa analise é preciso admitirmos que somos todas vadias. Ao completo. A sociedade quer? Seremos. VA-DIAS!
Não negamos sexo. Aliás, gostamos dele. Andamos de short na rua em dias nevosos? Logo, somos vadias. É claro que somos. São os homens que podem nos estuprar a vontade porque por mais cara que a nossa roupa seja, sendo ela curta, nós damos esse direito. Não damos, vadias?
Esse protesto foi de longe o protesto mais inteligente e bem sacado que conheci. Em um mundo onde respirarmos nos torna vadias, sorte a de quem conseguiu captar a ideia sem maiores preconceitos.
Se ser vadia é exigirmos o direito de sermos quem quisermos ser, somos todas vadias. O Brasil parece mesmo um grande cabaré.
A violência contra a mulher talvez seja o maior motivo dessa grande manifestação. E não falo apenas da violência física, porque talvez a verbal seja muito mais constante. A violência de linguagem tem se mostrado bem mais forte do que qualquer grandalhão metido a machão que pratique qualquer toque indesejado sobre uma vadia... Opa, sobre uma mulher.
Frequentemente sofremos preconceitos e viver em meio a tantos primórdios talvez seja mais um motivo que nos tornem o que? O que? Hãn? Hãn? Eu ouvi vadias? Acertaram.
O que parece ser "pérolas jogadas aos porcos" é a ideia de que: Mostrando ou não os peitos, exigimos respeito. Outro fato que achei super interessante na Marcha é os questionamentos que envolvem até um lado social: "Ensinam as mulheres a não serem estupradas. Por que não ensinam os homens a não estuprar?" Será possível que até o obvio é machista?
Prostituas, advogadas, médicas, panicats e derivados somos iguais perante ao machismo.
"Feminismo nunca matou ninguém e o machismo mata todos os dias." Essa foi alguma das diversas frases de caráter polêmico e marcante.
Questionar e retratar sobre isso talvez seja apenas uma forma feminista da qual eu e todas as vadias encontramos de gritar a nossa liberdade para quem quiser ouvir.
Após me aprofundar na busca sobre informações dessa campanha, devo com certeza ter quebrados milhares de bloqueios e muros cujo os tijolos eram como armas tacadas a outras mulheres.
Talvez o nosso corpo seja a forma mais silenciosa de todas de contar nossos desejos, por que não teríamos o direito de nos vestirmos da maneira que quisermos? Isso é ser vadia? Isso nos torna objetos? Esteriótipos rondam mentes pequenas, lamentavelmente.

"Eu já falei, vou repetir. Ninguém manda em como devo me vestir!"
                                     

4 comentários:

  1. Foi a ideia mais brilhante, essa Marcha das Vadias. Li hoje cedo sobre isso, e realmente é genial o protesto. E mais uma vez, você arrasando na escrita. Explicou e interpretou super bem o significado da Marcha, parabéns!

    Beijão *-*
    http://palavrasdalidia.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Fico feliz que tenha gostado, Li. Achei a ideia sensacional. Admiro mulheres que botam a cara assim. Amei o elogio! Um beijo.

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  2. Muito bem colocado!! O texto arrasou.
    Xoxos

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  3. Parabéns pelas palavras, vc sempre arrasa. A verdade é que o homem precisa da mulher pra tudo né, até pra nascer. Eu amo ser vadiaaaa hahaha. Beijoo

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