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8 de dez. de 2012

Porque sim, jornalismo.


Mas então, querida: Porque mesmo você quer cursar jornalismo?
Sabe tia, ao certo nem eu sei. Também não sei porque raios respondo a essa pergunta com tanta delicadeza e simpatia, ainda que ela seja feita com tanta frequência. Mesmo que eu assim, por fim, me revolte com a politica, desdenhe da economia e desobedeça fielmente a moda. Não sei dizer, só sei escrever.
Me encaixo em minha vida. As letras se encaixam em minha vida. E entristecidamente só sigo pautas e faço discursos por olhares. Não sei. Seria como perguntar a um pássaro por qual motivo ele voa. Instinto? Necessidade? Libertação.
Talvez seja isso... Libertação. Caiu-me como um presente, certa vez um senhor de paletó branco que prega palavras de salvação no centro da capital ensinou-me, sem eu ter pedido: "Libertação vem do Grego, salvação. Livramento!" Ainda que estivéssemos falando de coisas diferentes, por alguma junção dos céus, estávamos procurando um sentido para a mesma coisa. 
Liberare, no latim. Ainda que o mundo te prenda ou te segure piedosamente. O jornalismo me humaniza. Pessoas me intrigam, me subestimam, me chamam e eu vou. Vou e por que não ir? Quero saber mais, olhos nos olhos sendo relatados em papéis e em câmeras. 
Eu sempre amei coisas incompreensíveis sabe? 
"Pai, mas por que quando uma pessoa morre ela tem que ir para o céu? O céu é tão alto e caminhada deve ser tão longa que até ela completar destino, já esta na hora de morrer de novo, não é pai?" Não sei.
Ninguém sabe. E por que é que eu deveria saber? Só sei que quero. Sempre quis. Nasci observando o mundo e me encantando por culturas. Emprestaram-me certa vez aos meus 7 anos, uma maquina datilográfica, desde então percebi que minhas mãos seriam meu principal instrumento de trabalho. De viver. E hoje, radicalmente, me torno mais louca por essa ideia. Ainda que me arrancassem as mãos, tendo visão, um assunto e um coração, eu teria motivos para escrever. 
Ainda que eu já tenha escrito sobre minhas paixões por doces ou por homens amargos, abrir meus cadernos é como despir-me. Tudo de mim, tudo do mundo que vejo em volta de mim. 
E retornando a essa clichê conversa familiar. Por que direito tia? Por que engenharia ou biomedicina? Por que medicina? Porque sim, só sim, jornalismo.

Um comentário:

  1. Acho que ser jornalista cada vez parece mais impensável para as pessoas, o status não se vai inverter. Mas nós podemos ser diferentes e lutar pelo que queremos só porque sim e acho que o texto reflete isso perfeitamente. Não temos que justificar os atos com a razao mas com o coração :)

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